18 de janeiro de 2009

Back to life in Chókwè..


Vá. Nada de stresses! Eu prometi que ia escrever e escrevo mesmo. Mas ao ritmo africano, claro. Que é primo do alentejano!


Então, o ano novo começou e com ele, a rotina da boa vida no mato...vulgo, horas infindáveis no fresquinho do AC do escritório do Chókwè, intercaladas com horas infindáveis no "conforto" dos nossos Znen, pelas estradas esburacadas de Mabalane...Ok, eu explico: Mabalane é um dos distritos que estamos a apoiar e neste momento, a iniciar uma actividade de distribuição de redes mosquiteiras. E pessoal..Mabalane fica láaaaaaaaaaaa! E com a pouca chuva que caiu no natal, a estrada de terra batida ficou cheia de buracos..claro que aqui, somos obrigados a redifinir a palavra buraco...Temo ficar com sequelas crónicas nas minhas costas.


A rotina da boa vida no mato também inclui fins de semana. Felizmente! Como chegámos todos da Europa há pouco tempo, quisémos ficar mesmo pela smurf village, para matar saudades. Jantarada de ano novo no Quintal do Carmelo, a nossa casa: com churrascada, camarão e 2M ( a nossa super bock), seguida de concerto na Palhota. A Palhota é a melhor coisinha que temos para animar as noites cá em Chókwè. É um bar, bar mesmo. Nada de paredes de matope ou telhado de zinco. Mas ainda assim, é um bar africano...felizmente, a Palhota está equipada com tudo o que é instrumento musical e dá para assistir a altos concertaços! ok, pronto, tou a exagerar. Mas é nice. E este fds o concertaço durou até as 4 da matina, mesmo a tempo de ver o sol raiar... e ficar com os pés enterrados no matope aqui de casa, a tentar empurrar o carro da Georgina cujas mudanças da tracção se recusaram a funcionar (epá, mas o teu carro não é chinês!! Que terá passado??).


Agora, a maravilha mesmo, de estar de volta, é a possibilidade de acordar a um sábado de manha, pegar no carro, conduzir até ao Bilene e passar o dia numa das praias mais bonitas de Moçambique (segundo dizem os roteiros turísticos porque, cá para mim, há paraísos mais bonitos..), com a família chokwense e disfrutar dum pôr do sol magnífico...que nos enche a alma, que quase puxa a lagrimazinha e que me faz levantar os braços e agradecer esta vida... Kanimambo!


E como sempre, nos domingos em Chókwè, vai-se até à barragem de Macarretane, aqui a 15 km. Cumprimenta-se os 2 baobas (embondeiros. E sim, apenas 2. Não há mais aqui na zona, pelos que lhes temos muito respeito e tratamos com muito carinho), reza-se para que os hipopotamos saiam um pouco da água e bocejem para nós, inveja-se a casa da Mia no meio das mangueiras gigantescas e com vista para o rio, ri-se com os miúdos da aldeia que dançam para nós que nem malucos sempre que nos veem, e finalmente..preguiça-se em cima duma esteira até que o sol nos abençoe com mais uma partida...


Assim é o fim de semana em Chókwè...Life is good again :)

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