10 de dezembro de 2011
MOMENTOS CANON- African X-mas again!!
Mas para os mais distraidos, é só para avisar que este ano a preta fica nos Moçambicus e vai festejar o natal de bikini! Again :))
Albierta, onde estás?!?!? Volta!!
Já sei que vem uma mala cheia de bacalhau e presunto e muitos mimos.
Será tudo recebido com muito agrado e gula! (vem presunto, nao vem?!?! espero bem que sim..)
E eu, estarei de volta, quando a vontade de reclamar voltar tambem :p)
Feliz natal familia e amigos!!! Boas festas desse lado do Equador e renas de animo para vós todos :)
23 de novembro de 2011
MOMENTOS CANON- Estou...FARTA!!!!
Estou farta das "medidas de austeridade"!
Estou farta da troika e do FIM!
Estou farta da depressão que isto está a causar nas pessoas em Portugal!
Estou farta das mudanças na qualidade de vida na minha família e amigos!!!
Estou farta de ser roubada pelo Estado!
Estou farta de fazer descontos para impostos e segurança social, dos quais nem eu, nem quem realmente precisa, consegue beneficiar!
Estou farta do nosso Governo!
Estou farta da impassividade do povo!
Estou farta do capitalismo e deste sistema que não funciona!!
Estou farta de ser roubada e explorada de forma tão descarada!!
Estou farta dos chicos espertos, que escapam com altas pensões e prémios pagos...com o meu dinheiro!!!
Estou.....farta..até à alma....
Claro que este ataque foi causado pelo facto de finalmente me ter decidido a ir ver o meu recibo de salário...Andava a adiar para evitar um sincope cerebral e este ataque de de fúria mas algum dia teria que ser.
Pois que traz uma linha adicional: IRS- sobretaxa extraordinária..
Nome interessante para a acção de depenar as pessoas...
O extraordinário é que a dita taxa é tão grande como o IRS normal!
ESTOU FARTA DA CRISE!!! Tenho dito.
E tenho a certeza que de algum modo, isto é ilegal! Aliás, de algum e de todos!
Espero que alguém nesse jardim esteja a congeminar outra revolução pacífica porque isto é demais! Carambas!
Pronto, já desabafei...Agora vou voltar ao trabalho e este fim de semana continuar a reclamar do preço do camarão em Moçambique ;)
19 de outubro de 2011
MOMENTOS CANON- um simples desabafo..ou dúvidas ideológicas..
Há já muito tempo que várias pessoas me pedem para deixar um registo escrito desta minha experiência profissional em Moçambique. Sempre fico com dificuldades para me sentar e escrever qualquer coisa.. Não por falta de histórias ou de opinião muito própria mas porque não quero correr o risco de desrespeitar as pessoas com quem trabalho, quer sejam colegas directos ou parceiros moçambicanos, e acima de tudo, porque tenho uma obrigação moral e contratual de manter confidencialidades.. whatever that means..
Mas, efectivamente e após mais de 3 anos e meio no Chokwe, envolvida nesta luta global que é o controlo da malária (ou a sua tentativa..), que me sinto cheia, inundada, carregada de tantas mas tantas histórias que me parece que já foi há uma vida que vim para cá e me meti neste mundo da ajuda humanitária e dos doadores internacionais. E daí nasceu esta vontade miudinha crescente de desabafar um pouco..
No mundo de hoje, com troikas, FMI, capitalismo, desigualdades sociais, governos corruptos, escassez de recursos, lobbies económicos, e tantos outros termos que nos causam comichão, parece um pouco disparatado andar a falar de apoio internacional aos países sub-desenvolvidos.. a mim, pelo menos.. parece-me algo desenquadrado. Senão, vejamos:
- a ajuda internacional para projectos como o meu, ou qualquer outro na área da saúde, educação e desenvolvimento, quer seja na ordem de grandeza dos bilhões de dólares (vindos maioritariamente do Tio Sam), dos milhões de euros (vindos desse nosso grande pais que é a UE..) ou dos kg de alimentos e livros doados directamente pelo público, está envolvida numa nuvem de mentira e ilusão que serve apenas 2 propósitos: um, de aliviar as consciências pesadas do mundo ocidental que ao enviar ajuda, acredita piamente que está realmente a contribuir para o desenvolvimento dos países pobres; dois, de manter um sistema devastador e insustentável, que permite a exploração dos recursos naturais destes países e a perpetuação de governos corruptos e das desigualdades económicas, que se vão tornando cada vez mais gigantescas
- desde o boom da ajuda internacional, em qualquer das suas múltiplas formas, na década de 50, vários foram os autores (empresários, políticos, intelectuais, artistas, activistas, trabalhadores de ONG, entre tantos outros) africanos e não só, que expressaram uma opinião com a qual me identifico cada vez mais: o contexto africano, com toda a sua História pré colonial, com toda a sua profunda cicatriz social, política, económica e cultural dos últimos séculos, conjugado com o ciclo vicioso do “dar e pedir” típico das políticas de ajuda humanitária, não vai permitir maior desenvolvimento nem diminuir o número de africanos que vivem em condições deploráveis, independentemente do nível de apoio dado ou emprestado. Sejamos realistas. África não precisa de mais dinheiro. África não precisa de mais “espertos” a tentar adivinhar como melhorar os sistemas de saúde e educação. O que África precisa é de políticas de intervenção directas e eficientes e de sistemas governativos lúcidos que não se deixem enganar pelas promessas vãs de enriquecimento rápido. E para isto, talvez não seja de todo necessária a ajuda do mundo ocidental.. ou corremos o risco de transformar o berço da civilização em mais um escravo do Big Brother.
- nos últimos anos, com a crescente crise financeira mundial e consequentemente, a diminuição do nível de ajuda internacional, tem sido cada vez mais óbvio o elevado grau de dependência dos países sub desenvolvidos. Está patente que os bilhões (não sei se têm noção, mas são mesmos bilhões de dólares, que todos os anos entram nestes países..) de ajudas vindos no passado tiveram o seu impacto positivo. A nível imediato e discutível. De que serve alguém construir unidades sanitárias no meio do mato, se depois não há pessoal qualificado para lá trabalhar e os partos continuam a ser feitos por serventes sem formação adequada? Ou equipar um laboratório de uma destas unidades sanitárias, com aparelhos do melhor se depois não há dinheiro para a energia necessária para o seu funcionamento? E se o painel solar, que a mesma ajuda financiou para garantir o fornecimento contínuo de energia, avariou porque foi indevidamente usado para carregar telemóveis de gente que não tem energia nem água potável em casa? Ou de que serve gastar milhões em medicamentos e testes de diagnóstico se a central encarregue da gestão de stocks nacionais não consegue planificar devidamente o ciclo de aprovisionamento e deixa os artigos, tão em falta no meio mato, expirar o prazo sem sequer sairem do armazém na capital? Toda esta ajuda, que agora e já há algum tempo, começou a ficar comprometida por essas complicações económicas do sistema capitalista ocidental, define claramente o futuro caminho destas nações: caos, pobreza e dependência. Tudo exacerbado a um nível extremo que me causa nauseas e insónias..
- ainda assim, acredito na grande contribuição dos pequenos nadas. Acredito naqueles, que destituídos de grandes ideiais de mudança, dão o verdadeiro sentido ao termo “ajuda ao desenvolvimento”, que negam a pequenez da caridade que tem sido a ajuda humanitária (de que serve um enorme esforço para alimentar uma criança a farinha de milho se ela vai sofrer consequências graves, sociais, intelectuais e psicológicas, no seu futuro, por não ter tido acesso a uma dieta equilibrada, repleta de todos os nutrientes essenciais? Ou se ela vai morrer brevemente porque na sua aldeia acreditam que a malária e o HIV são doenças provocadas por espíritos e não a levam ao hospital?) e que, do nada, do insignificante e do fundo do coração.. Contribuem verdadeiramente para a melhoria de vida das pessoas com quem trabalham, sem ilusões de grandes alterações nacionais ou dos sistemas de saúde e educação
- acredito ainda que cabe aqueles que se movimentam nos meandros da política (cá ou aí), garantir que a ajuda humanitária é muito mais que esta simples caridade que se tem visto. Muito mais que simples transformação de valores para impor a forma de trabalho ocidental. Que a contribuição do povo "civilizado" serve realmente para ajudar ao desenvolvimento dos países pobres, através do acompanhamento constante do uso dessa ajuda, que pode ser feito através de tantos e eficazes métodos, como alguns já demonstraram.
- e acredito também que a maioria dos africanos gostaria de parar de pedir.. de parar de ser explorado, interna e externamente.. de parar de viver na miséria.. de parar de ter estrangeiros a mandar palpites…
E como o título dizia.. há momentos da vida em sofremos abalos fortes nas nossas ideologias.. quando nos deparamos com crianças pequenas, de cabeça pendida, de olhos nervosos e o corpo a ferver.. e nos apercebemos que se calhar, mas talvez com muita probabilidade, o nosso trabalho e toda a ajuda internacional, não vão ser nenhuma variável na equação que dita o fim desta vida…
E pronto..foi só um desabafo em dia de tolerância (o Presidente Samora faleceu nesta data, em 1986, sabiam?! Uma informação gratuita da Blackiepedia em dia de indignações :p)
25 de agosto de 2011
MOMENTOS CANON- concerto orgásmico
Uma cebola pequena, meticulosamente cortada em tiras finissimas. Entra para uma salão de azeite borbulhante e aguarda impacientemente a chegada de um pequeno alho, bem picado em pequenos quadrados.
Valsam os dois, ao som daquele azeite fervilhante, marinando lentamente, emanando o tipico e delicioso odor do nosso refogado tão português.
São bruscamente interrompidos pela entrada dos pedaços de tomate, grosseiramente despedaçados. E a valsa transforma-se bruscamente numa...complicada mazurka, inundada de molho avermelhado.
É então que são chamados os três pimentos verdes, de pele luzidia, em pequenas tiras e sem sementes, para entrar na festa e acalmar os animos.
Festejam todos juntos, demoradamente ao som do batuque de mais duas frescas malaguetas, que obviamente comandam a orquestra.
O conhecido refogado deita agora cheiros africanos e pede mais emoção no compasso da dança.
Ei-los quase em extase. Borbulham, desfazem-se, emanam odores, exigem uma pitada de sal e avisam que não ficarão à espera eternamente...
Chega então o rei do samba: meio kilo de mexilhão fresquinho, apanhado nessa manhã mesmo à frente da cozinheira e limpo ao som de catanadas por 2 miudos, na praia.
Entram um a um no salão e rapidamente alteram o seu aroma, de spicy africa para costa alentejana...E a festa recomeça.
Cada pedacinho de alho e cebola desliza convenientemente para dentro de cada mexilhão, à medida que estes se vão abrindo ao som daquele azeite, agora pintalgado de vermelho malagueta.
E sambam, sem pressas, até todas as conchas estarem recheadas com aquele delicioso refogado sumarento.
A festa termina com o toque final de umas ervas aromáticas, a avisar que a cozinheira está a babar-se.
E sim,a seguir tive um orgasmo gástrico com esta refeição J
MOMENTOS CANON- uma tisuna no meu quintal
PS- dah..claro que retoquei a imagem. Não vale nem a pena perguntar os porquês! Ah, e caso não se percebam os dizeres da camisete: " Chute a malária para fora de Chokwe!!!"
12 de junho de 2011
MOMENTOS CANON- breathing in and out...novamente
Pronto!!! Só porque me apetece!! Gritar bem alto!!!
Quem me conhece sabe que uso esta expressao- emprestada do meu mano M., esse albicastrense tao caricato- sempre que fico encurralada...
Encurralada pelo stress, pelas preocupacoes, pelo cansaco que os outros me causam...é ver a cara a ficar cada vez mais rasgada pelas rugas e o meu belo cabelo negro a encher-se de neve!!
Que nervos!!!! E eu a pensar que ja tinha passado e eis que volta tudo a carga novamente..
Quero abrir um lounge na praia onde só será permitir chillar (sim, é lingua local :p) e aproveitar a vida!!
Pronto..ja respirei fundo..vou djobar novamente.
Valha-nos a ida a tugolandia em breve.. mas mesmo muito em breve.. e quem sabe, regresso acompanhada, né godixa?! ;)
25 de maio de 2011
MOMENTOS CANON- Portugueses no Mundo!
17 de maio de 2011
MOMENTOS CANON- Banho Cultural
Sim!!! é o Zé Mário Branco!
O senhor cantou mas nao encantou..sorry.
Foi muito nice ouvir a musica, apreciar aquela poesia das letras dele (sem duvida, espectacular) mas há artistas que deveriam saber quando retirar-se..em grande. Nao esclorasados e com a voz de falsete e fazer lembrar o Ben em inicio de carreira :p)
E fiquei chateada porque ele nao cantou o "FMI"! Como pode, com a conjectura actual?!!? Senti-me traida, pois claro que senti!
Vai dai, na noite seguinte, fui ver o discipulo desse grande mestre frances da mimica (premio para quem souber o nome) e foi rir que nem uma menina! Que faz bem aos musculos! O mais surpreendente é que este senhor conseguiu, nao só fazer-nos perceber todos os seus gestos, como toda a sua actuacao estava encadeada numa historia fantastica..sim, tenho muito pra aprender sobre mimica, aparentemente :p)
10 de maio de 2011
MOMENTOS CANON- Blyde River Canion
Mas, o prometido é devido e vai dai que estou ha 3 horas, repito, ha 3 horas a tentar fazer o upload destas fotos!
Haja paciencia pessoal! As vezes, os atrasos tecnologicos dao comigo em doida..
Entao...aqui fica uma pequena amostra das 400 mil fotos que tirei certo final de semana, ha umas semanas atras, quando fui ao Blyde River Canion- o terceiro maior desfiladeiro do mundo ( o primeiro e o Grand Canyon e quem adivinhar qual e o segundo, recebe um premio!) e o maior de Africa (julgo eu...)
Escusado sera dizer que estou super in love pela minha super machine e que este foi apenas um dos muitos dias em que a andei a namorar...muito! Houve quem dissesse a dado momento "sim Rita, gostei especialmente dessa quadrigésima setima foto que tiraste a cascata":p)
Bom, no final nao tirei eu as fotos todas que estao aqui e mesmo aquelas que tirei estao cheias de imperfeicoes! Claro, porque se julgam eu uso a super machine em modo automatico, estais enganados! Eu é controlo de velocidade, de luz, de exposicao, de equilibrio de brancos, de profundidades de campo..uma canseira so vista! E quem fica comigo, apanha secas, pois claro. Ainda assim...ainda tenho maningue pra praticar, reconheco!
Entao, chega de conversa e aqui fica uma pequinina amostra do maior desfiladeiro de Africa, onde eu fui relaxar e lembrar-me porque continuo fa da Mae Natureza :)
Infelizmente, desconsigo colocar as fotos por ordem cronologica...tambem, que seca seria,nao? Tudo organizadinho...nada da preta!
E do outro, assim!
E aqui está o meu próximo desafio....a 100 metros do solo!!
Vem o fio, vem?!?!
A partir da plataforma e a ir ate a montanha do lado direito?
Pois hei-de lá ir...um dia!
8 de fevereiro de 2011
MOMENTOS CANON 2
Deixo apenas as primeiras brincadeiras com a minha nova Canon EOS 1000D!! Oh yeah!
Pastelaria e Salão de chá Santos Zita, na estrada Chokwe- Macia....
A vivenda tipica de qualquer aldeia:
O coreto do jardim municipal de Xai Xai. Ok, péssima foto mas foi tirada em andamento!
A preparação do mata bicho na casa do J., na praia de XX
E já. A internet nega continuar a postar fotos :p) Prometo melhores exemplares da próxima vez :))
23 de janeiro de 2011
MOMENTOS CANON 1
Mas o ambiente era familiar e estava um dia muito bonito e cheio de sol, embora um pouco...não sei explicar..havia algo de irreal e ao mesmo tempo mágico no ar..uma neblina a pairar no ar, como nos filmes do fantástico..
Fomos recebidos por um casal de guias tipicamente sul africanos, muito grandes, muito loiros e devidamente trajados a caqui, dos pés à cabeça. Bem simpáticos, foram mostrando todos os cantos deste parque, que não obstante o seu estranho mistério, tinha também uma aura paradisíaca e exuberante que me fascinou desde logo.
Mostraram-nos um velho chimpanzé numa manifestação de corte ridícula a uma jovem fêmea, um bando de kudus irreverentes, às marradas nas árvores. E por ai fora..
A característica deste parque é que os animais não viviam em jaulas. Andavam à solta, no meio dos humanos e, teoricamente, isso deixou-me contente, claro. Pela alegre e visível liberdade em que viviam.
Continuamos a andar e a conhecer os animais. Não era a típica excursão, tipo safari, mas mais..não sei...era como ser apresentada aos donos de uma casa aonde se vai jantar pela 1ª vez.. Não conseguia explicar o motivo para estar ali, porque claramente aquele zoo todo não me tinha convidado para jantar...mas parecia que estava ali para aprender, para ajudar a tomar contas dos animais, para entender os seus hábitos... Talvez fosse um parque para animais feridos, pensei. Talvez esteja aqui para aprender a cuidar deles e a respeita-los..
Foi quando tive um deja vu ao avistar uma leoa a dormir de patas para o ar e as suas 3 crias a brincar vivamente à sua roda. Hum...que cena familiar. Este foi o meu 1º momento National Geographic no Kruger, há quase 3 anos..
Eis que oiço o telefone do 2º guia a tocar, e para meu espanto, era o som de água a correr. Uau! Aí estranhei mesmo! Foi o toque que um dos guias do Parque da Gorongosa me passou, quando lá estive o ano passado...
Ainda a absorver tantas coincidências, fiquei gélida ao ver um leão passear tranquilamente a sua juba e a vir roçar-se nas pernas da minha guia. Ainda que parecesse um gatinho, fez-me saltar de novo. ” Rita..tem calma. Este também é manso", disse a minha guia. " Todos aqui são mansos, só tens que os conhecer. Bem..todos não. Vês aquela fêmea ali, com uma falha de pêlo no peito? Essa sim, não te aproximes dela que até nós temos problemas em controlá-la...” Ok, não sei muito bem o que isso significa ou porquê um bicho incontrolável anda à solta mas vou tentar não esquecer esse pormenor..
O cenário muda de repente. É de noite, estou deitada numa cama. Ao ar livre. Vá-se lá saber porquê.. julgo que os meus amigos estão por perto mas não posso precisar. Oiço os passos e sons de todos os animais a passear por perto. Espreito pelo lençol e vejo a leoa mal disposta.. tem uma falha de pêlo no peito...toda eu tremo...mas simultaneamente fico paralisada.
Sinto que ela se aproxima rapidamente da minha cama, a ofegar. Cheira-me com desdém. Eu nem respiro. Sinto-a a subir para a cama e a fazer um ninho com os lençóis, enquanto o meu coração dispara em flecha..a minha mão fica a descoberto pelos lençois que ela revira a seu bel prazer..no meio do meu pânico, sinto-a a subir e aninhar-se a meu lado.
Todo o meu corpo treme, toda eu suo. Acho que se ouve o meu coração a km de distância e só quero gritar...aquela pata é quente, áspera e as suas garras estão a enterrar-se vagarosamente na minha pele.. Não sei o que fazer, se grito, se fujo pelo outro lado da cama, se morro de medo ou se deixo que ela termine de me ferrar..sinto o medo a tomar conta de mim e não sei o que fazer...só consigo pensar no motivo para estar ali..